Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infântil e Adulto
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"Trabalhar por amor. Direcionar habilidades para a causa do combate ao câncer." Unir-se a outras pessoas em torno de um objetivo comum. Defesa e garantia dos direitos das pessoas com câncer. São os objetivos do trabalho desenvolvido pela ABRACCIA.

Câncer de Pele: Um perigo real, porém evitável.

 

A pele é o maior órgão do corpo humano, e como tal, exerce funções importantes. Dentre elas, a proteção contra fatores agressores externos. Um destes fatores agressores do meio ambiente é a radiação ultravioleta (RUV) emitida pelo sol, que, em um país tropical como o nosso, está presente praticamente durante todo o ano, em alta intensidade, ainda mais considerando a diminuição crescente da camada de ozônio. A radiação (RUV) pode ser dividida em UVA (RUVA), UVB (RUVB) e UVC ( RUVC), sendo a UVA e UVB as mais importantes no desencadeamento de doenças, uma vez que as quantidades de UVC que chegam à nossa atmosfera é muito pequena.

A RUVA está presente o dia todo, com maior intensidade no meio do dia, e está mais relacionada ao envelhecimento precoce da pele, causando rugas, manchas, perda do brilho natural e da elasticidade, etc. Também contribui para o aparecimento de lesões cancerígenas. Assim, mesmo as câmaras de bronzeamento artificial, que emitem apenas a RUVA, também são prejudiciais, especialmente nas peles mais claras. Já a RUVB é expressiva em torno das 10 horas às 15 horas, tendo também sua maior intensidade no meio do dia, e esta radiação é a mais relacionada ao aparecimento do câncer de pele.

Tanto a RUVA, como a RUVB, incidem sobre a pele, de maneira acumulativa, durante toda a vida, determinando modificações celulares que levam ao aparecimento de doenças, como o câncer de pele. Poderíamos exemplificar a nossa pele como se fosse um “copinho”, que, quando nascemos, está vazio, e, ao longo dos dias, meses e anos, vai se enchendo. Após 30, 40 ou 50 anos poderá “transbordar”, o que significa o aparecimento de lesões pré-tumorais, tumorais e envelhecimento cutâneo. Indivíduos de pele mais clara teriam um “copinho pequeno”, que se encheria mais cedo, com prejuízos numa idade mais jovem, enquanto indivíduos de peles morenas ou negras teriam um “copinho grande”, que se encheriam numa fase mais tardia, ou até, na maioria das vezes, sem apresentar prejuízos de maneira significante.

Os efeitos cutâneos agudos, imediatos, causados pelo sol seriam as queimaduras solares, desidratação, infecções como herpes, etc. Os efeitos crônicos, a longo prazo, seriam principalmente as lesões tumorais e o envelhecimento precoce.

Mas não só a exposição ao sol pode provocar problemas na pele. As pessoas adeptas ao bronzeamento, por motivos estéticos, se esquecem, ou não se preocupam com as consequências negativas futuras desta exposição. Há vários tipos de câncer de pele, porém, os mais relacionados com a exposição solar são os carcinomas, que, apesar de muito frequentes, são felizmente os mais facilmente tratáveis. Já, o melanoma, um tipo de tumor de gravidade maior, e menos relacionado com a exposição solar, pode levar ao óbito quando não diagnosticado precocemente, e, embora mais raro, sua incidência vem aumentando nos últimos anos.

O tratamento para tais lesões pode ser:

- cirúrgico, mais frequente;

- destrutivo, através de cauterização com nitrogênio líquido, terapia fotodinâmica, etc.,

- químico, cremes à base de medicamentos, dentre outros.

O tratamento sempre varia conforme o tipo e extensão do tumor e as características próprias de cada paciente.

Mas o principal é a prevenção e o diagnóstico precoce. Desta maneira, todas as pessoas que apresentarem lesões de difícil cicatrização, fácil sangramento, formação de úlceras ou nevus, as pintas, congênitas ou adquiridas, principalmente se houve mudança de tamanho, cor ou presença de coceira, devem ser avaliadas por um médico dermatologista.

A pessoa deve fazer a proteção solar adequada com filtros solares indicados pelo médico, usados 2 vezes ao dia para adultos e crianças acima de 6 meses de idade, mas principalmente para profissionais que trabalham expostos. Durante uma exposição mais intensa em praias, piscinas, atividades ao ar livre, etc., a cada 2 horas, repassando sempre que tiver contato com a água.

Além disso, é fundamental o uso de protetores mecânicos como vestimentas mais fechadas, uso de chapéus e óculos de sol, pois os filtros solares nem sempre são suficientes e, se possível, a exposição solar entre 10hs e 15hs do dia deve ser sempre evitada.

Não devemos nos esquecer que o bom senso e a responsabilidade devem sempre prevalecer nos cuidados com nossa saúde.

Dra.Renata Nahas Cardile - Médica Dermatologista