Câncer de Pulmão: Melhor é não ter, melhor é não fumar!
O Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, teve como tema deste ano “Ambientes Livres de Tabaco”, recomendando a eliminação do fumo em locais de trabalho e em lugares públicos fechados.
As consequências do ato de fumar não atingem só o fumante. Anualmente morrem no mundo 200 mil pessoas, vítimas de doenças como acidente vascular cerebral ou infarto agudo do miocárdio, relacionadas ao tabaco e adquiridas em consequência da convivência com pessoas que fumam no mesmo ambiente; são os chamados fumantes passivos.
Pulmão de indivíduo não fumante
O fumo também é o fator etiológico mais associado ao desenvolvimento do câncer de pulmão – o câncer mais frequente no mundo, tanto em homens quanto em mulheres. Estatísticas de órgãos de saúde comprovam que mais de 80% dos pacientes que apresentam câncer de pulmão são ou já foram tabagistas. Cerca de 3% dos casos de câncer de pulmão em pessoas que não fumam podem estar relacionadas à exposição destas pessoas à fumaça de cigarro presente no ambiente de trabalho, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT.
Como em todos os outros cânceres, o diagnóstico precoce faz a diferença na recuperação de cada paciente. Quanto mais cedo se descobre a doença, maiores as chances de sucesso do tratamento. Os pesquisadores estão fazendo a parte deles: existem avanços consideráveis na tecnologia dos exames de imagens, como a tomografia e a ressonância magnética, que são capazes de proporcionar um diagnóstico mais preciso, mesmo em tumores de tamanho ainda muito pequeno.
Pulmão de indivíduo fumante
Também já esta disponível no Brasil – embora ainda restrito aos grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e a um custo muito alto – o exame de PET –SCAN, que possibilita avaliar a presença de metástases, doença do câncer disseminada pelo corpo. Além desses avanços, novas técnicas cirúrgicas estão sendo desenvolvidas, proporcionando melhores resultados com menos sequelas.
No campo da radioterapia – tratamento muitas vezes utilizado no câncer de pulmão – houve grande melhora da qualidade dos aparelhos, que são capazes de tratar a área doente com maior precisão e com menos danos à saúde do paciente.
Já na área da oncologia clínica, novos quimioterápicos têm demonstrado ser ativos no tratamento do câncer, e a combinação entre eles tem tido melhores resultados. Além disso, com o maior conhecimento da ciência em relação a essa patologia, principalmente em nível molecular, estão sendo desenvolvidos estudos com novas drogas mais seletivas contra as células cancerosas, e que também inibem etapas no desenvolvimento e disseminação do câncer.
Contudo, apesar dos avanços da ciência no tratamento do câncer de pulmão, esta continua sendo uma patologia muito grave, que leva à morte um número muito grande de pessoas por ano em todo o mundo. O melhor tratamento, ainda, é NÃO TER O CÂNCER DE PULMÃO, É EVITAR SEU AGENTE CAUSAL, É NÃO FUMAR!
Agradecemos à Dra. Thais Inácio de Carvalho, médica do setor de oncologia da Santa Casa e ao Dr. Clésio Souza Soares, médico do trabalho, que gentilmente nos forneceram informações para esta reportagem.
O Instituto Nacional do Câncer divulgou neste ano o Manual do Dia Mundial sem Tabaco no Ambiente de Trabalho. As informações estão no site www.inca.gov.br.